sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Para os jovens do corpo e da alma

Um texto para os que se fazem jovens sempre, a lembrar da beleza da eterna juventude enquanto corpo e alma somos e estamos...
abraços fraternos,
Jorge Leão
Para os jovens do corpo e da alma

Ficamos aturdidos quando o tempo nos impõe seus limites. Mesmo sem compreender o porquê dos acontecimentos, reconhecemos que somos mortais. Resta-nos então a espera da poeira que baixa, quando a casa festivamente aguarda a chegada de mais um aniversário.

Do mesmo modo, o sorriso deixado pelo amigo que se foi. As lembranças guardadas no baú da saudade. Estes são, de fato, os fatos que se transformam em versos de amor, e abrandam o sentimento de incompletude deixado pela inexorável passagem do tempo.

E o que dizer de nosso corpo, que se perde como as folhas secas do outono? O sereno cuidado dos braços maternos, segredo incontido dos tempos de infância, acaba por desnudar a alma da mais pura beleza da vida. É quando descobrimos que ganhamos e perdemos muitas coisas na vida...

O mistério de um abraço apertado, o doce segredo da primeira paixão, o chocolate escondido atrás da poltrona da sala, os pés sujos de lama, os cabelos molhados depois de um inesquecível banho de chuva, a ansiedade para amanhecer no dia de Natal e abrir os presentes, a vela acesa na sala quando a energia da casa faltava, o cheiro da terra depois da noite chuvosa. Esses são momentos de fecundidade, que traduzem nosso pertencimento ao perene estado de ser jovem.

Ser jovem... Um jovem de vinte e poucos anos, ou mesmo um com os seus cinqüenta, ou quando a juventude aflora em sua magnitude aos oitenta. Não importa o período, o número, a extensão, a medida. O que vale mesmo é a saudade. Por isso, é bom lembrar vivamente o passado presente e esquecer o futuro. O passado não presente precisa ser mesmo passado, e esquecido, pois desprovido de vida.

Os tempos gramaticais pouco contam aqui, quando o que nos mantém vivos é a umidade da terra, prenhe de sinais fecundos, aptos para mais uma primavera chegando. Muitos jovens do corpo envelhecem antes do tempo, pois não têm tempo de ter saudade. São os tempos modernos, dizem os especialistas.

Embora reconhecendo a velocidade do ritmo urbano que nos consome, é possível ainda ouvir alguns sons divinos, é quando sobrevivem no fundo da terra os segredos inesgotáveis dos que se fazem jovens da alma. Talvez o encantamento divinal mais plausível seja o som da eterna juventude que bombeia nossos corações, levando para o corpo a vitalidade cristalina de uma voz milenar, a nos dizer: “viva intensamente cada momento de cada dia”...

Talvez resida aí o segredo do envelhecimento natural. E a irresistível vontade de buscar a fonte de água pura, nas montanhas preciosas da liberdade pelo amor. Quando perguntaram a um mestre iluminado como fazer para alcançar a sabedoria, ele respondeu: “respire profundamente e sentirás a energia da vida, assim terás a sabedoria como companheira”.

Ou seja, o grande mistério da felicidade reside nas coisas mais simples, mais singelas, lavadas com a água da verdade e com o perfume da sinceridade. Pior caminho é esquecer de caminhar. Pior veneno é não amar.

Melhor então é respirar com consciência e ouvir a incansável sinfonia da natureza. Já podemos cantar o hino da felicidade, pois o segredo da eterna juventude reside dentro de nós mesmos. Qualquer busca será em vão, se esquecermos de viajarmos para dentro de nós mesmos. Nesta viagem embarcam os jovens do corpo e da alma, eternos habitantes do reino das graças de Deus.

Jorge Leão
09 de janeiro de 2009

Um comentário:

jhonatan disse...

esse texto quer nos mostra que mundo tem para nos aferecer e nos jovens nao devemos pegar tudo que mundo nos aferecer por quer mundo anao aferecer coisa bos para jovens hoje O mundo tem muitas coisas boas mais tamben coisa ruins como droga e protitução.