sexta-feira, 13 de julho de 2012

De frente pro crime

No dia 11 de julho de 2012, com a turma 504, de Química, trabalhamos a questão: o ser humano, um ser que faz escolhas.
Foi trabalhado um texto, e em seguida apliquei a dinâmica dos três papéis, em que cada um deveria escrever em um pedaço: uma qualidade pessoal, um valor para a vida e uma pessoa que representasse uma referência. Depois, eles teriam que descartar dois papéis e ficar com o último, a fim de responder a pergunta: "que tesouro há oculto aqui?".
O debate foi muito bom, seguido da música "De frente pro crime", de João Bosco e Aldir Blanc. Eis a letra da música:

De frente pro crime
João Bosco - Aldir Blanc

Tá lá o corpo estendido no chão
em vez de rosto uma foto de um gol,
em vez de reza uma praga de alguém,
e um silêncio servindo de amém...

O bar mais perto depressa lotou,
malandro junto com trabalhador,
um homem subiu na mesa do bar,
e fez discurso pra vereador...

Veio o camelô vender anel, cordão, perfume barato,
baiana pra fazer pastel e um bom churrasco de gato.
Quatro horas da manhã baixou o santo na porta bandeira
e a moçada resolveu parar e então...

Tá lá o corpo estendido no chão... 
em vez de rosto uma foto de um gol,
em vez de reza uma praga de alguém,
e um silêncio servindo de amém...

Sem pressa foi cada um pro seu lado
pensando numa mulher ou num time
olhei o corpo no chão e fechei
minha janela de frente pro crime...

Veio o camelô vender anel...
 (repete o refrão 4x)

Temas como indiferença, oportunismo e escolhas circunstanciais foram apontados como ligados à estrutura narrativa da música. O narrador-observador vê tudo de sua janela, enquanto várias pessoas em torno do corpo sentem-se movidas a fazerem daquele fato um pretexto para alcançar garantias de momento.
O debate oportunizou ampliar a discussão sobre conceitos como "habitação", "ethos" e "liberdade". Além de envolver a turma com a melodia ritmada pela interpretação do grupo vocal MPB4. Foi bastante estimulante ouvir, ao fim da aula, o coro da turma com o refrão da música.