quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dos meus poros escorrega

Dos meus poros escorrega
Sei das mãos que se passam em terra alheia
Como esta escalada em que feito pó estamos todos
Ventos e cascalhos, quando todos dormem
Mas, detenho-me a apreciar o singelo segredo das manhãs...
É como um cenário posto em chama
Meu corpo, invadido pelo mar, a cada estação
Fatídico espetáculo de última hora
Sei das perdas de cálcio neste mundo trôpego...
Dos meus poros escorregam a dor e a saudade
Como ratos e baratas em torno de livros de infância
Assim percorre meu semblante, e o dia ainda tardio
Por cima de tempos repletos de memória...
Nas esquinas de meus ossos, vejo-te acordada
É o teu corpo deitado, aberto ao sol da manhã
E o simples desejo de morrer, acaba sendo outro
Por quase uma vida, no lugar das notas dissonantes...
Assim, arco em fino vergar-se, deixo o dia caindo
Mais e mais... sou assim como segredo de poeira estelar
Passando em velozes constelações, brilhos fugazes
Fratura recôndita, que em meus travados eixos me lançam...
Jorge Leão
11 de novembro de 2012

Nenhum comentário: