Dos
meus poros escorrega
Sei
das mãos que se passam em terra alheia
Como
esta escalada em que feito pó estamos todos
Ventos
e cascalhos, quando todos dormem
Mas,
detenho-me a apreciar o singelo segredo das manhãs...
É
como um cenário posto em chama
Meu
corpo, invadido pelo mar, a cada estação
Fatídico
espetáculo de última hora
Sei
das perdas de cálcio neste mundo trôpego...
Dos
meus poros escorregam a dor e a saudade
Como
ratos e baratas em torno de livros de infância
Assim
percorre meu semblante, e o dia ainda tardio
Por
cima de tempos repletos de memória...
Nas
esquinas de meus ossos, vejo-te acordada
É
o teu corpo deitado, aberto ao sol da manhã
E
o simples desejo de morrer, acaba sendo outro
Por
quase uma vida, no lugar das notas dissonantes...
Assim,
arco em fino vergar-se, deixo o dia caindo
Mais
e mais... sou assim como segredo de poeira estelar
Passando
em velozes constelações, brilhos fugazes
Fratura
recôndita, que em meus travados eixos me lançam...
Jorge
Leão
11
de novembro de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário