Reencantos
Durante
o Encontro do Evoé!
Junto
à passagem da memória,
na
ausência dos caminhos,
apontando
linhas como uma festa inacabada...
As
margens...
Este
rio que nos traz ao fundo originário desta jornada
que
não se dissolve com o tempo...
Pedras
como um corpo dilacerando-se,
sem
o tempo que tínhamos na infância.
Nossos
fios de cabelo, que se perdem entre nossos cupins intestinais.
Sem
pressa, estamos à escuta como frutos
caindo
pelo lento e contínuo desfazer-se de velhos galhos contorcidos...
Entre
memórias e lentas recordações,
nossas
palavras derramam na terra o sangue de nosso abraço incontido.
No
quintal, o sol torna-se uma palavra.
No
quarto, minhas mãos ainda sujas de barro...
agora
vejo as sementes da philia fecundando em nossas almas
a lenta
retomada de nossos sentidos fugazes...
Até
o momento, nossos passos são pedras decaídas no imenso oceano deste
silêncio,
que
acompanha a morte em torno de nossas bocas comovidas pelo desejo do
reencontro...
o
que nos envolve como a canção ao fundo...
como
poeira estelar, até que os abraços acontecem...
Corpos
que se entrelaçam e se refazem,
pois
agora as palavras são como gotas de chuva,
bastando
o encontro e um semblante puro.
Agora,
nossos olhos se encontram diante das mãos
que
acordam as sementes no fundo da terra...
São
os versos que se entrelaçam em nossos corpos...
até
o momento, o cuidado ainda provém de nossos encantamentos,
mas
está o tempo próximo...
e
nele mãos e pés serão o encontro de um olhar à terra
prometida
que nos acolhe a cada amanhecer...
Evoé!
no Bar do Leó - na madrugada de quase lua cheia, do dia 24 de novembro de
2012
Presentes:
Wandeco, Fred, Rodrigo, Jorge, Rafael, César e Bernardo.
Um comentário:
Este é o grupo em que a poesia nos uniu desde a UFMA, lá em 1999, em uma sala da xerox do DA de filosofia (éramos eu, césar, rafael e wandeco, inicialmente), depois vieram elvis, rodrigo, fred e bernardo. tenho grande honra em ser amigo destes queridos amigos poetas evoéticos.
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